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sábado, 30 de abril de 2011

Principais ecossistemas aquáticos continentais


 
Ecossistemas Lacustres (Lagos, lagoas e lagunas)
Ecossistemas aquáticos formados em depressões no terreno, geralmente com hidrodinâmica reduzida.
Suas águas têm em geral baixo teor de íons dissolvidos, quando comparadas às águas oceânicas.
Exceto os lagos localizados em regiões áridas, onde o teor de íons pode ser alto e as lagunas costeiras, que possuem contato com o mar.

Origem dos ecossistemas lacustres
Principais mecanismos de formação:

Tectônica
Formados por movimentos da crosta terrestre.

Vulcânica
Formação de depressões, ou concavidades não drenadas naturalmente, ou quando as lavas emitidas por um vulcão barram um rio.

Glaciação
Formados pela ação de geleiras.

Lagos de solução
Formados quando depósitos de rocha solúvel são gradualmente dissolvidas por água de percolação.
Ex: dissolução de CaCO3 a partir de água ligeiramente ácida.

Lagos formados por atividade fluvial
Os rios ao fluírem tem a capacidade obstrutiva (deposição de sedimentos) e erosiva (transporte de sedimentos).

Lagos formados pela ação de ventos
Depressões formadas pela ação do vento ou bloqueadas por acúmulo de dunas.

Lagos formados por depósitos de origem orgânica
O crescimento de plantas e detritos associados pode barrar rios e formar pequenas lagoas.

Deslizamentos
Movimentos de rochas ou solos em grande escala podem produzir lagos por barramento de vales, geralmente são temporários.

Lagos, lagunas e lagoas costeiras
Deposição de material na costa, em regiões onde existem baías ou reentrâncias.

Lagos de origem meteorítica
Ação da queda de meteoritos.

Lagos formados por vários processos
Vários processos descritos anteriormente podem interagir formando lagos.

Represas artificiais
Formadas pelo represamento de rios.

Morfologia e morfometria de Lagos
A origem do lago estabelece, portanto, algumas condições morfológicas e morfométricas básicas, que alteram-se com o tempo de acordo com uma série de fatores que ocorrem nas bacias hidrográficas.

Principais características morfométricas:
Área (km2);
Comprimento máximo;
Largura máxima;
Profundidade;
Perímetro.

Quanto a morfologia, os principais tipos são, segundo Hutchinson (1957):
Circular;
Subcircular;
Elíptico;
Alongado sub-retangular;
Dendrítico;
Triangular;
Irregular,
Forma de crescente (meia-lua).

A identificação do perfil batimétrico de um lago também é importante, pois existe uma relação entre irregularidades e depressões e a circulação.
Esta depressões podem apresentar diferenças térmicas e químicas durante o período de estratificação.

Principais compartimentos e comunidades
Região Litorânea
Compartimento que está em contato direto com o ecossistema terrestre adjacente (Ecótono de transição).
Grande número de nichos ecológicos e cadeias alimentares (herbivoria e detritos).
Possui produtores primários, consumidores e decompositores.
Geralmente colonizado por macrófitas aquáticas.
Comunidades: planctônica, nectônica e bentônica.

Região Pelágica
Compartimento da coluna d’água sem contato com as margens e onde ocorre penetração de luz.
Apenas macrófitas flutuantes.
Encontramos as comunidades:
Planctônica;
Nectônica (peixes),
Bentônica (caso a luz alcance o fundo, ex: lagoas).

Região Profunda
Compartimento da coluna d’água onde não ocorre mais a penetração da luz.
Ausência de organismos fotoautotróficos.
Região totalmente dependente da produção primária das regiões litorânea e pelágica.
Comunidades: nectônica e bentônica (+ abundante).
A diversidade e a densidade populacional bentônica depende da concentração de oxigênio e disponibilidade de alimento.

Interface Água-Ar
Habitada por duas comunidades:
Nêuston (organismos microscópicos como fungos, bactérias e algas),
Plêuston (plantas superiores e animais).
Estes organismos conseguem viver neste ambiente devido a tensão superficial da água.

Rios e riachos
Ecossistemas aquáticos com movimentação horizontal e unidirecional das correntes e uma grande interação com sua bacia hidrográfica.
As características físicas que interferem no volume de água e no transporte de materiais são:
Largura e profundidade do canal do rio;
Velocidade da corrente;
Rugosidade do sedimento;
Grau de sinuosidade do rio;
Principais tributários.

Transporte de materiais
O sedimento (inorgânico ou orgânico) transportado pelos rios deriva da:
Erosão das margens;
Erosão nas bacias hidrográficas.
E deposita-se nas áreas de várzea, remanso e zonas de baixa velocidade.
De modo geral os rios depositam material de maior tamanho a montante e material particulado (fino) a jusante.

Classificação da rede de drenagem
Rios e riachos nas bacias hidrográficas são classificados de acordo com a sua ordem.
Os pequenos riacho e fontes de cabeceira são de primeira ordem. Quando dois riachos de primeira ordem se juntam, tornam-se um riacho de segunda ordem e assim sucessivamente.

Flutuações de nível e Ciclos de descargas
A variação do nível dos rios depende principalmente dos ciclos climatológicos da bacia hidrográfica em que está inserido (precipitação e evapotranspiração anual e sazonal).
Descargas muito rápidas após intensas chuvas aumentam o transporte de material e organismos a jusante.

O conceito do continuum do rio
Baseada na ordem do rios, no tipo de matéria orgânica particulada e no tipo de invertebrados bentônicos presentes.
Consiste nas alterações que ocorrem desde a cabeceira do rio até o seu desaguadouro em outro rio ou no estuário.
Juntamente com as modificações físicas, também ocorre uma série de ajustes biológicos associados.
A estrutura e a função das comunidades bentônicas, desde a nascente até a desembocadura, são asseguradas pelo gradiente de matéria orgânica alóctone a autóctone.
Riachos de ordem 1-3
        Matéria orgânica particulada grossa (MOPG) alóctone.
        Base alimentar para cortadores (caranguejos e larvas de insetos).
Rios de ordem 4-7
        Matéria orgânica particulada fina (MOPF)       originada da atividade dor organismos rio    acima.
        Coletores de sedimento ou filtradores    (larvas de insetos).
Rios de ordem 8-12
        Produção primária autóctone predomina        (algas do microfitobentos e macrófitas         aquáticas), com presença de MOPF e    matéria orgânica dissolvida (MOD),         utilizada por herbívoros e raspadores    (moluscos e larvas de insetos).

Áreas alagadas, pantanosas ou zonas úmidas (wetlands)
Ecossistemas que, ou está permanentemente sob inundação em áreas rasas ou sofre inundações (periódicas ou não), com flutuações de nível e geralmente apresentam solo saturado de água.
Porém é extremamente difícil uma definição precisa, pela diversidade de área alagadas e pela dificuldade de demarcação entre as áreas secas e alagadas.
Embora, exista a dificuldade de definição destas áreas, elas compartilham de algumas características em comum:
Presença de água e tipos especiais de solos que diferem daqueles de áreas secas mais elevadas;
São sistemas intermediários entre ecossistemas terrestres e aquáticos que suportam uma vegetação (hidrófitas ou macrófitas aquáticas) adaptada ás condições de alagamento e flutuações periódicas do nível;
A variação da flutuação do nível da água nas áreas alagadas é bem ampla, o que torna a definição mais complexa;
Geralmente são áreas rasas;

Ciclo hidrológico da áreas alagadas
As condições hidrológicas determinam as mudanças nas condições físicas e químicas da água, tais como pH, disponibilidade de nutrientes e concentração de oxigênio dissolvido.
O balanço de nutrientes causados pela entrada e saída da água, a intensidade dos fluxos de matéria e o ciclo de energia são determinados pelo ciclo hidrológico.
As alterações hidrológicas produzem rápidas mudanças na diversidade de espécies e da biomassa.

O ciclo hidrológico define o hidroperíodo, que representa o padrão estacional do nível de água.
Cada área alagada apresenta um hidroperíodo característico, sendo resultado dos seguintes fatores:
Balanço entre entrada e saída de água;
Fisiografia da região, geologia, águas subterrâneas e solo da subsuperfície.

Áreas alagadas são importantes sistemas de retenção (acúmulo) de nutrientes, substâncias diversas e metais pesados, podendo ser utilizadas para tratamento primário e inicial de esgotos.
Porém esta capacidade é limitada!!!
Outras funções importantes:
Regulação do ciclo hidrológico;
Capacidade de controlar enchentes (retenção);
Áreas de reprodução de espécies animais;
Manutenção da biodiversidade.

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