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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

COBRAS

As cobras sempre exerceram grande fascínio sobre os homens, muitas vezes beirando a obsessão. Desde a Pré-História, foram envolvidas em uma aura de misticismo e superstição. Seu fascínio deve-se em parte à sua forma e ao seu modo de locomoção peculiar e à habilidade de atacar inesperadamente com precisão. Com tais atributos inumanos e “não naturais”, são consideradas sobrenaturais e sobre-humanas.

Cobras Através da História
São muitos os mitos e as lendas sobre as cobras. Elas têm sido adoradas e usadas em cerimônias rituais em todo o mundo. Os aborígenes da Austrália, que ainda praticam a pintura rupestre, retratam cobras com freqüência.

·        Cobras Antigas
Na bíblia, Adão e Eva foram levados a comer o fruto da árvore do conhecimento no Jardim do Éden por uma cobra, e, conseqüentemente, na visão judaico-cristã a cobra representa o mal. Já no Antigo Egito, as cobras eram adoradas como deuses. A economia do Egito dependia do Nilo, e o Espírito do Nilo era um deus-cobra. A cobra simbolizava o grande poder do faraó reinante. A cobra mais famosa do Egito era a áspide, que talvez tenha sido usada no suicídio de Cleópatra, sendo possivelmente uma naja egípcia ou uma víbora venenosa.

·        Cobras na Medicina
Acredita-se que comer carne de cobra cura ou pelo menos previne doenças. Os chineses comem cobras para curar a tuberculose e, nos Estados Unidos, o óleo de cascavel é vendido como remédio. O veneno de cobra tem sido usado para tratar gangrena, meningite, cólera e como coagulante sanguíneo. Em 293 a.C., o deus da medicina, Esculápio, representado em forma de cobra, acabou com uma peste em Roma. Até hoje, o emblema da medicina são duas cobras.

·        Picadas de Cobra
Estima-se que cerca de 30 mil pessoas morram anualmente de picadas de cobra, principalmente nos países mais pobres. Na Índia, morrem 10 mil pessoas por ano; nos Estados Unidos, 30. Na Grã-Bretanha, é mais fácil morrer de uma picada de abelha (6 por ano) do que de uma picada de cobra (1 desde 1945). As picadas podem ser evitadas com simples precauções: não pegar cobras desconhecidas, tomar cuidado onde se pisa e usar calçados adequados.

Biologia e Evolução
Muito antes de os seres humanos e outros mamíferos evoluírem, os repteis já se difundiam pelo mundo, exceto nas regiões mais frias. As cobras são um grupo de repteis muito bem-sucedido que colonizou quase todos os habitats desde que surgiu há 130 milhões de anos.

·        Biologia da Cobra
As cobras têm certas características comuns que tornam sua biologia peculiar. Perderam todos os seus membros, e seus corpos longos e cilíndricos têm limitações. Todas as cobras dependem em maior ou menor grau do calor do sol para manter sua temperatura, incubar seus ovos e criar os filhotes. Embora certas espécies sejam bem regionais, algumas tenham rituais acasalamento elaborados e outras hibernem em comunidades, as cobras em geral não têm comportamento social como outros grupos de animais.

·        Fósseis de Cobras
Os mais antigos fósseis identificados de cobras foram encontrados em rochas de 130 milhões de anos no Saara, no norte da África. O maior fóssil de cobra descoberto foi o de uma píton extinta no Egito, com cerca de 18 metros de comprimento. A maioria dos fósseis é de criaturas marinhas. Como a maioria das cobras vive na terra, poucas foram preservadas como fósseis.

·        Evolução da Cobra
Há poucas dúvidas de que as cobras evoluíram de lagartos com algumas formas de transição surgindo no período cretáceo – a grande era dos dinossauros. Só após o fim dos dinossauros, há 65 milhões de anos, as cobras começaram a se diversificar e até hoje ainda evoluem. Em termos geológicos, as cobras ainda são um grupo novo, com 2.700 espécies no mundo.

Os Sentidos da Cobra
Enquanto os seres humanos utilizam principalmente a visão e a audição, esses sentidos são poucos desenvolvidos nas cobras. Elas dependem mais de outros estímulos, em particular dos odores e, em alguns casos, do calor.

·        Audição da Cobra
As cobras não aberturas de ouvidos, trompas de Eustáquio e não podem captar ondas sonoras pelo ar. No entanto, seu ouvido interno reage a qualquer vibração no solo, detectada pela mandíbula inferior e transmitida pelos ossos.

·        Visão da Cobra
Em geral os olhos das cobras são ineficientes. São incapazes de focalizar, e a maioria não tem pálpebras móveis, resultando num olhar estático. As cobras ativas diurnas têm pupilas redondas, enquanto as noturnas, como as pítons, têm pupilas com aberturas verticais.

·        O Olfato da Cobra
É o sentindo mais importante das cobras. As presas, os predadores e os membros do sexo oposto são identificados pelo aroma que emitem. As partículas de odor do ar são captadas e “saboreadas” pela sua língua bífida, e essa informação é transferida para o cérebro por meio de células especiais do palato.

·        Cobras que Buscam Calor
As cobras são sensíveis a mudanças de temperatura ao seu redor e à radiação infravermelha. Algumas boas, pítons e todas as víperas têm um órgão termorreceptor, ou fosseta loreal, dos dois lados da cabeça entre o olho e a narina, que lhes permite detectar e atacar com precisão uma presa de sangue quente, mesmo no escuro.

A Locomoção da Cobra
Apesar de dizermos que as cobras “rastejam”, de fato podem locomover-se por quatro formas de movimento: serpeante, tipo sanfona, retilíneo e lateral.

·        Serpeante
O corpo da cobra dobra-se em arcos horizontais pela contração de músculos na parte interior de cada arco. À medida que as contrações se deslocam pelo corpo da cobra, uma série de ondulações ocorre da cabeça até a parte posterior. Em terra, a locomoção serpeante só é possível onde há pedras e vegetação no chão permitindo o impulso.

·        Tipo Sanfona
É usada para rastejar em terreno difícil ou em um espaço confinado, como a toca de um roedor. A cobra calça a parte posterior do corpo e estende-se para a frente ao máximo. Então calça a cabeça e puxa a parte posterior do corpo empurrando-se para a frente. Daí calça a parte posterior de novo e repete o processo.

·        Retilíneo
É usado por cobras grandes e pesadas, em particular boas e pítons, e permite que se movam em linha reta. A cobra usa os músculos que ligam as escamas do ventre às costelas, contraindo-as em ondulações pelo corpo. As escamas do ventre agarram-se a irregularidades do chão, e a cobra é impulsionada para a frente como se deslizasse sem esforço.

·        Lateral
É necessário pelo menos uma superfície solida para dar apoio. É usado por cobras que vivem em áreas com superfícies de areia instáveis. A cobra move-se lateralmente em uma série de etapas em um ângulo de cerca de 45º em relação ao seu corpo. Ergue a cabeça do chão e a empurra para o lado e o corpo, seguinho-a, forma linhas paralelas.